OLÁ, SEJAM BEM-VINDOS...

Este blogue nasceu no âmbito da disciplina Metodologia Didáctica Geral e Especifíca do Curso de Complementos de Formação Cientifica e Pedagogica para Educadores de Infância e visa fundamentalmente reflectir e partilhar ideias..."educativas" que contribuam para crescermos como profissionais para que todos juntos possamos educar "pequenos craques" não para o futebol, mas para a vida!























segunda-feira, 25 de outubro de 2010

"Os patos preferem a escola"

"NO TEMPO em que os animais falavam, os bichos constataram que o meio em que viviam começava a tornar-se cada vez mais complexo e havia que impor novas hierarquias, estabelecer novos parâmetros de comportamento, uma vez que já não chegavam os seus instintos inatos para enfrentar as modificações do meio. Esta necessidade deu lugar à ideia de ESCOLA: uma estrutura social, que os habilitaria, A TODOS, para enfrentar as crescentes modificações a que assistiam. Foram escolhidos os melhores animais para a docência, isto é, os reconhecidos como mais experientes, alta profissionalização nos seus domínios específicos, grandes títulos em competições. O reconhecimento destas qualificações envaideceu-os, naturalmente, e a maioria esqueceu, desde logo a razão por que estava ali. Com muitas reuniões gerais de professores, muitas reuniões de grupo, reuniões de conselho pedagógico, de departamento, de secções, reuniões de conselho executivo, etc… escolheram o seguinte currículo: Nadar, Correr, Voar, Galpar montes e saltar obstáculos.
Os primeiros alunos foram o Cisne, o Pato, o Coelho e o Gato.
Começadas as aulas, cada professor, altamente preocupado com a sua disciplina, preparava primorosamente a matéria, dava sem perder tempo, procurando cumprir o programa e a planificação do mesmo. Faziam, assim jus aos seus títulos e competências. Mas os alunos iam-se desencantando com a tão sonhada escola. Vejam o caso particular de cada aluno:
- O Cisne, nas aulas de correr, voar e galpar montes era um péssimo aluno. E mesmo quando se esforçava, ao ponto de ficar com as patas ensanguentadas das corridas e calos nas asas, adquiridos na ânsia de voar, tinha notas más. O pior era que, com o esforço e desgaste psicológico despendido nessas disciplinas, estava a enfraquecer na natação, em que era o máximo.
- O Coelho, por sua vez padecia nas matérias de nadar e voar. Como poderia voar se não tinha asas? Em se tratando de nadar, a coisa também não era fácil não tinha nascido para aquilo. Em contrapartida, ninguém melhor do que ele, corria e galpava montes.
- O Gato tinha problemas idênticos ao do coelho, nas disciplinas de natação e voo. Ele bem insistia com o professor que, se o deixasse voar de cima para baixo, ainda poderia ter êxito. Só que o professor não aceitava essa ideia louca: não estava contemplada no programa aprovado e o critério de selecção era igual para todos.
- O Pato, finalmente, voava um pouquinho, corria mais ou menos, nadava bem mas muito pior do que o cisne, e desastradamente, embora com algum desembaraço, até conseguia subir montes e saltar obstáculos. Não tinha reprovações a nenhuma disciplina, como os seus restantes colegas o que fazia sumamente brilhante nas pautas finais. Os professores consideraram-no o aluno mais equilibrado, deram-lhe a possibilidade de prosseguir estudos e, com tantos “atributos”, até fomentaram nele a esperança de um dia, poder vir a ser professor.
Os restantes alunos estavam inconformados. Nada tinham contra o pato, gostavam dele, compreendiam o seu grau mínimo de suficiência a todas as disciplinas, mas, perguntavam-se: a espantosa capacidade do Coelho em saltar obstáculos, correr e galpar montes não poderia ser aproveitada para enfrentar as tais novas situações sociais, que os levaram a ter a ideia de ESCOLA? E o Gato? De nada lhe serviria correr e saltar melhor do que o pato? E que utilidade teria, para o cisne, nadar como nenhum outro? –Cada um tinha, de facto, a sua queixa justificada. Escola, pensavam eles era o local onde aperfeiçoariam as capacidades que tinham, de modo a po-las ao serviço da sociedade. Se as coisas já estavam difíceis, que fazer agora com a tremenda frustração de não servirem para nada? Foram falar com os professores. As limitações de cada um eram um facto, eles sabiam que jamais seriam polivalentes, de modo a terem grandes escolhas. Contudo, se reprovassem no ano seguinte estariam exactamente na mesma situação.
Os professores lamentaram muito. Havia um programa, superiormente estabelecido e a questão era só esta: Ninguém tinha média igual ao do pato e, por isso, na sua mediocridade, ele era, estatisticamente superior a todos.
Os outros alunos abandonaram a escola. Desde então por razões obvias a escol atrai mais os patos e, na sociedade são eles que mais dominam"

Fernanda Torrinha/Dulce Bento (Orientadoras da Escola Secundária Dona Luisa de Gusmão)

Da análise feita a este texto, na disciplina de MDGE, retirámos algumas ideias-chave :
  • Educação para todos (que visa o desenvolvimento integral e equilibrado de todas as faculdades do ser humano numa perspectiva sistémica e ecológica)
  • Gestão flexivel do Currículo ( que adapta os programas e os conteúdos às capacidades dos alunos)
  • Currículo único (trasmissão de saberes universais ,mesmo que para alguns seja imposssivel)
  • Currículo hegemónico ( é uma referência para todos)
  • Educação diferenciada ( para dar resposta a pessoas com outras necessidades)
  • Liberdade de ensinar e de aprender (liberdade de escolher o tipo de estabelecimento de ensino)
  • Escola Pública/ escola Privada/ Cooperativa ( tipologias de respostas diferenciadas de acordo com as necessidades dos alunos, da familia, da comunidade, etc...)


segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Observação e Registo em Educação de Infância


A avaliação no pré-escolar é um assunto da maior importância, cabendo ao educador, enquanto gestor do currículo, seleccionar as técnicas e instrumentos de observação e registo mais adequadas para documentar o trabalho que as crianças fazem e a forma como o fazem. Compete-nos a todos nós, enquanto Educadores de Infância, reflectir a Pedagogia da Infância através da forma como observamos, registamos e avaliamos o desenvolvimento e as aprendizagens das crianças e planificamos o currículo, de modo a dar coerência e consistência ao processo educativo.
OBSERVAR
Porquê, para quê?
  • Para conhecer o meio onde a criança está inserida
  • Para conhecer a realidade e a expectativa familiar
  • Para conhecer o processo de desenvolvimento de cada criança e de cada grupo
  • Para planificar/planear adequadamente a acção educativa e reformulá-la sempre que necessário

Planificação em Educação de Infância

Para se cumprirem os objectivos previstos na legislação em vigor, é necessário planificar a acção educativa. Esta acção pressupõe um Projecto Curricular de Turma.
Para planificar é preciso:
  1. Caracterizar
  2. Definir/formulau objectivos
  3. Definir estratégias
  4. Avaliar e reformular

1. Caracterizar

Conhecer o meio, as familias e o grupo de crianças para caracterizar:

  • necessidades
  • valores
  • expectativas
  • e os recursos existentes

-Estabelecendo prioridades

2.Definir/formular objectivos a atingir

  • definir objectivos gerais;
  • estabelecer objectivos especificos ( de acordo com o grupo de crianças, atendendo às suas caracteristícas individuais e manifestaçãos dos seus interesses e necessidades;
  • estabelecer objectivos relativamente às familias e ao meio;

3.Definir estratégias ( ou meios para a concretizaçaõ dos objectivos definidos)

  • organizar e gerir os recursos existentes: humanos, materiais, espaciais, temporais, comunitários, económico-financeiros, etc...
  • definir linhas de acção, ou seja, inventariar as actividades ou opções concretas que caracterizam os objectivos já anteriormente definidas

4. Avaliar/Reformular

Avaliar o processo educativo e os efeitos implica tomar consciência da acção para reformular e adequar o processo educativo às necessidades das crianças e do grupo e à sua evolução.

sábado, 16 de outubro de 2010

TRABALHANDO EM GRUPO...

Os trabalhos de grupo que aqui partilho, surgiram no âmbito de algumas disciplinas do Curso de Complementos de Formação Ciêntifica e Pedagógica para Educadores de Infância no ano lectivo 2009/2010.
A realização destes trabalhos permitiu aos 5 elementos que integram o grupo, trocar e enriquecer ideias, conhecer diferentes opiniões, desenvolver o diálogo, a cooperação e o respeito pelos outros, e trabalhar em conjunto na procura de soluções. Durante a elaboração destes trabalhos reinou sempre a harmonia e boa disposição, porque todas nós pusemos em prática algumas regras básicas para um bom funcionamento de grupo, nomeadamente:
#Organização de um plano de trabalho;
#Distribuição de tarefas,
#Auto-responsabilidade pelo cumprimento de todas as tarefas;
#Respeito pela tarefa de cada elemento do grupo;
#Respeito pela opinião de cada elemento e pela livre expressão;
#Sintetização conjunta dos vários contributos e ideias surgidas;
#E respeito pelo tempo de execução previsto.
Dinâmicas do Mundo Contemporâneo

Ao abordar questões de cultura geral do mundo contemporâneo, esta disciplina permitiu-me despertar o interesse por alguns temas da politica, que antes me passavam ao lado. O tema deste trabalho foi pertinente, exigiu um grande trabalho de pesquisa para conseguir entender e transmitir conceitos como capitalismo, economia socialista, etc...

Ciências do Cosmos, da Terra e da vida


Este trabalho foi muito gratificante porque nos permitiu passar da teoria à prática, ou seja, tivemos espaço de manobra para expôr a matéria através de experiências ciêntificas adaptadas a crianças em idade pré-escolar.

A importância do brincar



A criança aprende brincando...
A ideia difundida popularmente limita o acto de brincar a um simples passatempo, sem funções mais importantes que entreter a criança em actividades divertidas,
e talvez poucos pais reconheçam a "importância do brincar" para o desenvolvimento físico e psíquico dos seus filhos.
As brincadeiras aparentemente simples são fontes de estímulo ao desenvolvimento cognitivo, social e afectivo da criança e são também uma forma de auto-expressão no desenvolvimento de habilidades básicas e aquisição de novos conhecimentos.

Metas de aprendizagem


Para ver, Clique aqui!

A definição de metas finais para a educação pré-escolar, contribui para esclarecer e explicitar as “condições favoráveis para o sucesso escolar” indicadas nas Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar, facultando um referencial comum que será útil aos educadores de infância, para planearem processos, estratégias e modos de progressão de forma a que todas as crianças possam ter realizado essas aprendizagens antes de entrarem para o 1.º ciclo.
As metas de aprendizagem pretendem enunciar as aprendizagens que as crianças deverão ter realizado no final da educação pré-escolar, reconhecida “como primeira etapa da educação básica no processo de educação ao longo da vida” e estão globalmente estruturadas pelas áreas de conteúdo enunciadas nas OCEPE, não esquecendo que na prática dos jardins-de-infância se deve procurar uma construção articulada do saber, em que as áreas devem ser abordadas de uma forma globalizante e integrada.

Metodologia Didáctica Geral e Específica

MODELO
" Deve ser visto como um modo de formalização, cuja função é descritiva e explicativa. Uma construção teórica que sistematiza um processo, visando mostrar a especificidade do seu funcionamento e a sua lógica interna. (Ferry, 1983)

Entre os Modelos Educativos para a Educação de Infância: Reggio Emilia, João de Deus, High Scope, Ensinar a Investigar e Movimento da Escola Moderna, este último foi o que nós apresentámos à turma explicitando-o através de quatro componentes fundamentais segundo Evans:
-Valores e teorias cientificas;
-Caracteristicas do ambiente institucional em que se desenvolve;
-Conteúdos e métodos utilizados;
-Formas de avaliação;

No MEM a criança é vista como um ser autónomo e que tem a capacidade de escolher, sob orientação e de acordo com seu próprio interesse, as actividades que vão sendo desenvolvidas. Ela é vista também como um ser racional capaz de, desde muito cedo, opinar e fazer críticas sobre factos ou assuntos que lhe são expostos.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Atelier de Lingua Portuguesa



Esta curta-metragem de animação é baseada no livro «A Maior Flor do Mundo», de José Saramago.
«…Tenho muita pena de não saber escrever histórias para crianças…».
Nas últimas páginas do seu livro, José Saramago afirma não saber escrever histórias para crianças, no entanto, encontramos nesta história uma imensidão de conceitos e valores adequados à infância, partir dos quais realizámos um trabalho de grupo no âmbito da disciplina de Atelier de Língua Portuguesa. O nosso trabalho foi baseado numa actividade integradora em torno das diferentes áreas de conteúdo, transformando-a numa actividade multidisciplinar adaptada a idades entre 1 e 5 anos.




terça-feira, 5 de outubro de 2010

A guerra do fogo


O filme retrata um período na pré-história e dois grupos de hominídeos (antepassados bípedes do ser humano): um embora pouco evoluído, sabe conservar o fogo mas não criá-lo artificialmente por isso acha que o fogo é algo divino; o outro grupo é mais evoluído e tem uma comunicação e hábitos mais complexos, entre os quais a técnica de fazer o fogo. Esses dois grupos entram em contacto quando o fogo da primeira tribo é apagado numa guerra com uma tribo hominídeos mais primitivos, que disputam pela posse do fogo e do território. São destacados, então, três membros da primeira tribo para uma jornada para trazer uma nova chama acesa para a tribo. Nesse caminho enfrentam tigres dentes-de-sabre, mamutes e deparam -se com um grupo de canibais, resgatando de lá uma mulher pertencente ao grupo mais evoluído. Do contacto com essa mulher, os três caçadores do fogo são levados por diversas circunstâncias a um encontro com a tribo dela, e percebem que há uma maneira diferente de viver: diferentes formas de comunicação, o sorriso, os afectos, a construções de cabanas, as pinturas corporais, o uso de novas ferramentas e o domínio da técnica de produção do fogo.
Este filme aborda as relações estabelecidas pela espécie humana na pré-história,a luta pela sua sobrevivência, as origens da linguagem, os seus usos e costumes e a importância dos afectos, tendo por objetivo central, revelar como decorreu a descoberta do fogo.

O menino selvagem



O filme “ O menino selvagem” relata-nos a história verídica de um menino que fora abandonado numa floresta do Sul de França onde permaneceu durante alguns anos da sua infância privado da sua espécie. Ao ser encontrado, quando tinha já 11 ou doze anos foi levado para uma Instituição de surdos-mudos em Paris onde foi considerado um retardado: incapaz de falar, comunicar ou interagir em sociedade, usava os sentidos na ordem inversa (o olfacto mais desenvolvido), rejeitava roupas, e também o uso de camas, dormindo no chão sem colchão. Locomovia-se apoiado nas mãos e nos pés, correndo como animais quadrúpedes. Esta criança despertou então grande interesse no médico Dr. Itard, que pretendia estudar o processo de integração daquele menino que por tantos anos teria vivido como um selvagem. Levou-o para sua casa e iniciou um processo obstinado e incansável na tentativa de promover o seu desenvolvimento físico, social e intelectual e de o integrar na sociedade. O desenvolvimento do menino foi lento e trabalhoso contudo, com muito esforço, tanto por parte de Victor (nome que lhe foi atribuído) como do Dr. Itard e da Mme. Guérin (sua ama), o menino consegue por fim cumprir hábitos sociais e desenvolver a afectividade facilitando assim a sua aprendizagem.

Segundo Itard, “o indivíduo, privado das faculdades características da sua espécie, arrasta miseravelmente, sem inteligência nem afeições, uma vida precária e reduzida às funções de animalidade”.”. Ora, a história do menino selvagem de Aveyron, que viveu em condições de isolamento social, como um animal selvagem, mostra que o ser humano é um animal social por excelência. A sua vida só adquire sentido na relação com outros seres humanos.
A qualidade e a intensidade dos contactos afectivos que um adulto oferece, satisfazendo as necessidades físicas e psicológicas da criança, interferem no percurso do desenvolvimento infantil e na complexa construção da sua personalidade. Foi esta oportunidade de contactar com os afectos que Victor não obteve e que se reflectiu no seu desenvolvimento físico, social e emocional ulterior condicionando a sua educação, porque é na infância que as crianças têm maior facilidade na aprendizagem, na socialização e interiorização de valores e de comportamentos.

O milagre de Anne Sullivan




Este filme conta-nos uma história verídica de Helen Keller, uma menina cega e surda, que tinha enormes dificuldades em comunicar-se com o mundo e acabara por se tornar uma tirana na sua própria casa, já que a sua família se rende e lhe dá toda a liberdade tratando-a como um animal, um ser à parte da sociedade. A menina domina, então, todo o comportamento dos seus familiares e não entende como é ser educada e muito menos como escutar um não.
Desesperados, os pais da menina contratam a professora Anne Sullivan que havia sido cega em criança, mas que graças a operações tinha recuperado a visão. Anne assumiu a educação de Helen Keller como um desafio e uma oportunidade de fazer algo para os deficientes, apesar dos seus receios iniciais. Era fundamental trabalhar o que nunca fora feito antes: a comunicação entre as duas e entre Hellen e mundo. As palavras e frases tinham de ser escritas na palma da mão, utilizando a linguagem de sinais que tornava o processo muito mais difícil.
Assim, com métodos nada usuais, mas com determinação e força de vontade, Anne Sullivan conquista o afecto de Hellen que vai progressivamente aprendendo normas de convivência social e fazendo aquisições da linguagem gestual, tornando-se num ser humano novamente.

Esta história descreve um tema muito actual, ou seja, a inclusão social dos deficientes e as suas diferenças, a emergência da didáctica para as Necessidades Educativas Especiais, a resistência familiar e a importância de um Educador neste processo.